
28 mar Como salvar seu casamento e transformá-lo em uma fonte de aprendizado
Muitas pessoas chegaram a um ponto dentro do relacionamento que precisam salvar seu casamento, senão a única opção será a separação. Entenda que o universo sempre nos apresenta a pessoa correta para que tenhamos as oportunidades de sanar as feridas emocionais da nossa família.
São dores e sofrimentos, vergonhas, frustrações, falta de assistência, abandono, traição, roubo, violações, etc. Estas feridas buscam curar-se através dos descendentes nas circunstâncias que enfrentamos dia após dia.
Sempre estamos com quem devemos estar, tudo é aprendizado, porém, em algumas ocasiões não é tão simples administrar as situações de desconforto e inadequação que surgem da convivência, muitas vezes de anos ou décadas.
A falta de diálogo pode acabar com um relacionamento, mais cedo ou mais tarde, e pode inclusive acabar com um relacionamento que durará para sempre, conheço alguns casos assim, de casais que nunca se separam, mas já não estão juntos a muito tempo, alguns nunca estiveram.
A falta de diálogo não começa de um dia para o outro, é algo que vai sendo construído com cada gesto, palavra, pensamento, omissão, sentimento e emoção.
É uma igrejinha de raiva e julgamentos que vamos edificando com uns tijolos chamados culpa e uma argamassa muito poderosa chamada vitimismo.
A falta do diálogo começa com o medo de desagradar o outro e acaba se expressando como raiva travessia de irritação, frustração, chateação ou outros sentimentos, e um sutil desejo de vingança, que por vezes nem é tão sutil assim.
O medo de desagradar decorre da sensação de que nosso parceiro é nosso complemento, se ele se afastar ou desaparecer cairemos no mesmo vazio em que estávamos antes de conhecê-lo, e na maioria das vezes não estamos dispostos a colocar em risco a já frágil estrutura que conhecemos como casamento ou família.
Fazer coisas sem limites para agradar os demais é cair em uma armadilha. Quando adotamos este tipo de estratégia cometemos o grave equívoco de ferir a nós mesmos. De fato, não é a falta de diálogo que corrói as bases do relacionamento, o que mais nos fere é a dor que sentimos por deixar de ser quem somos.
Criamos personagens e máscaras para representar papéis familiares e sociais com a intenção de sermos aceitos pela necessidade de pertencer a determinados grupos, porém, estes personagens não são autênticos, e mais dia, menos dia pagaremos um alto preço pela falta ide originalidade, é com a nossa identificação com estas máscaras que nos distanciamos da nossa verdadeira essência, a paz e a felicidade.
Podemos fingir ser outros personagens para agradar algumas pessoas durante um tempo, mas a cada situação desagradável proporcionada pelo outro, as cores da máscara que estamos usando se desbotam um pouco mais, por fim nos encontramos cansados e frustrados e já não queremos mais usar a fantasia.
Nossos parceiros são fontes inesgotáveis de circunstâncias de inadequação, este é o papel do parceiro, nos proporcionar as situações de confronto onde podemos aplicar as experiências de aprendizado ao invés das experiências de julgamento.
Os parceiros existem para chocar, porém sem cair na armadilha dos julgamentos.
O papel de cada um na relação é provocar o outro para que este reaja e ponha para fora a programação que recebeu de seus antepassados e, desta vez se encontre a solução. É na provocação que encontramos a solução.
Como não temos esta compreensão do “para que” estamos com determinada pessoa, seguimos robotizados pelos programas familiares e presos nas fidelidades invisíveis aos nossos pais e avós para ficar em 2 gerações.
Somos como sonâmbulos repetindo condutas e comportamentos, e estamos sendo tomados por decisões ao invés de tomá-las.
Para salvar seu casamento você precisa entender que nossas reações à provocações são muito rápidas e quando percebemos já estamos emocionados, em outras palavras, após uma provocação surgem, na velocidade da luz, os julgamentos que nos levam a sentir raiva, medo, tristeza ou asco.
Estes estados emocionais tomam conta do corpo e já não conseguimos mais raciocinar com calma e compreensão, o próximo pensamento que surge também na velocidade da luz é, “ele não poderia ter feito isso, elas não poderia ter dito aquilo” e dai para frente a mente acredita nas suas próprias razões sem se importar com as razões dos outros, e sabemos que a felicidade que tanto buscamos não pode ser encontrada quando se busca ter razão.
É necessário descobrir qual emoção se esconde por trás dos sentimentos que expressamos para que estes estados emocionais não se escondam no inconsciente.
Um sentimento, seja ele qual for, é uma explicação cognitiva para uma emoção não reconhecida, Sentimentos temos centenas deles algo como 360 ou mais, porém emoções só 5.
É necessário reconhecer qual emoção se esconde detrás de um sentimento para que possamos desarmar a bomba relógio de uma emoção congelada no inconsciente.
Carl G. Jung dizia que “quando o inconsciente não se faz consciente, ele seguirá dirigindo sua vida e você chamará isso de destino”
São estas programações familiares que determinam nossa forma de agir sem que estejamos conscientes disso.
Em um relacionamento é vital que os parceiros tomam ciência disso e comecem a dialogar na busca pelo aprendizado quando a situação de choque acontece.
Nenhum confronto é pessoal, por mais que pareça, são as famílias buscando limpar a culpa.
O inconsciente familiar projeta seus descendentes na confiança que de que algum deles desperte e decida ver de forma diferente o que foi visto antes com raiva, tristeza, medo ou nojo.
A alegria é a emoção que pode salvar seu casamento, substituindo as anteriores sempre que estejamos atentos, buscando sair das armadilhas dos julgamentos. Assim, encontraremos o aprendizado inerente a cada circunstância.
3 Passos para salvar seu casamento
Algumas coisas podem ajudar na hora de corrigir estas distorções criadas pelos julgamentos, vamos citar 3 que podem ser poderosos recursos na hora de despertar a mente e evoluir.
Atenção ao que atraiu você no princípio
O que atrai os parceiros não é a aparência física, o nível intelectual, a situação financeira ou qualquer outra explicação cognitiva. O que atrai os parceiros é algo muito mais poderoso e elevado, são ressonâncias vibracionais e o que Jung chamava de sincronicidades.
Todos já experimentamos conhecer alguém e sentir algo no corpo, uma sensação no estômago, como se “houvessem mariposas” e dizemos a um amigo ou amiga: “acabo de me apaixonar”.
A mente necessita colocar um rótulo, uma etiqueta a esta sensação física, necessita explicá-la de alguma maneira.
Aquilo que faz com que nos apaixonemos e que não tem explicação está em relação direta com nossos programas inconscientes. Dizemos que nos apaixonamos quando ressonamos profundamente com a informação da outra pessoa.
O que nos junta é a informação que busca ser resolvida, todavia, são justamente estes aspectos que mais adiante por não ser reconhecidos podem ser os que mais nos incomodarão, e na maioria das vezes tornam-se justamente a causa de não suportarmos mais seguir com aquela pessoa.
A informação que atrai é a mesma que separa. Nossos olhos devem estar bem abertos para isto!
A eloquência acaba sendo vista como verborréia, a firmeza como frieza, um intelectual acaba sendo um “sabe tudo”, aquele a quem admirávamos a ternura, passamos a ser visto como um fraco.
Estas coisas acontecem porque não fomos capazes de integrar aquilo que nos incomoda no outro em nós mesmos, todos os humanos compartilham da mesma consciência humana, e todos nós somos bons e maus ao mesmo tempo, em maior ou menor grau.
Tomar consciência disso não significa ter que deixar este parceiro(a), ao contrário, podemos optar por evoluir com ele(a).
Seja Coerente com o para quê deseja um parceiro
Em um relacionamento precisamos estar atentos se o que pensamos, sentimos, falamos e fazemos tudo isso tem que andar na mesma direção.
O Gerenciamento BioEmocional propõe evitar fazer coisas que você não goste para agradar o outro.
É importante manter a individualidade na relação, foi assim que o outro começou a gostar de nós, autênticos.
É importante nos dar permissão para seguir sendo nós mesmos compartilhando a vida ao lado de alguém, que por sua vez, faça o mesmo.
Se em algum momento detectamos que isto já não é assim, podemos nos perguntar:
Para que queremos um parceiro?
Que significa para mim ter um parceiro?
Para não estar só?
Para me aborrecer?
Para ter alguém que me cuide?
Para pagar as contas?
É fundamental estarmos atentos continuamente para detectar nossas próprias incoerências, assim deixaremos de querer mudar o outro para nos concentrar em nossa própria evolução.
Viva com consciência de Unidade para salvar seu casamento
Se pensarmos que a outra pessoa vem para preencher nossas carências vamos sofrer quando ela não estiver mais ali.
Ao passo que se compreendermos que a pessoa que está ao nosso lado nos ensina o que decidimos aprender como alma/espírito na jornada terrestre, podemos tirar grandes benefícios da convivência, integrando a faceta escura de nós mesmos que projetamos no parceiro para equilibrar as duas polaridades e nos tornar seres humanos completos e não seres humanos bons.
Jung dizia: “prefiro ser uma pessoa completa do que uma pessoa boa”, certamente a genialidade de Jung já nos sinalizava na direção da integração das polaridades que existem em todos nós.
Com esta compreensão a outra pessoa passa a não ser mais o foco da nossa insatisfação, já não é mais a nossa desgraça, passa a ser nossa benção, um aviso do que ainda não está resolvido em cada um de nós. Quando vivemos através da consciência de unidade já não há mais dois, senão uma unidade que se complementa. Sempre estamos frente a nós mesmos, desta forma podemos deixar de ser o que pensamos que somos para nos dar a oportunidade de ser o que realmente somos.
Quando nos apaixonamos a primeira coisa que acontece é querer possuir o outro e, quando acreditamos que já o temos, começamos a ter medo de perdê-lo(a).
Assim nos descobrimos possessivos que é a primeira demonstração de falta de amor próprio, porque o autêntico amor não prende ninguém, jamais quer possuir. Sem essa compreensão você não conseguirá salvar seu casamento.
O verdadeiro amor está em querer viver com alguém o momento presente, sem rancores do passado, nem medos do futuro, com agradecimento para com todos os ex parceiros(as) por terem participado do caminho de aprendizado, ainda que não tenhamos aprendido nada com eles, eles estavam ali para que pudéssemos conhecer melhor a nós mesmos.
Nos momentos de separação os estados emocionais congelados durante as brigas e discussões enviam ao campo as informações não resolvidas no relacionamento para que o campo busque e encontre novos parceiros que nos dêem novas oportunidades de resolver as velhas feridas. É quando dizemos coisas como “todos os homens são iguais, ou todas as mulheres são iguais”
Quando abençoamos a experiência passada e seguimos conscientes das oportunidades de aprendizado a inteligência universal busca parceiros com outro perfil, mais alinhados com aquilo que foi aprendido.
Podemos fazer de forma diferente para encontrar com resultados diferentes, ainda que isto nos custe um pouco deixar a razão de lado por alguns momentos, apenas para tentar algo que ainda não foi tentado.
Podemos perdoar a nós mesmos por não ter aprendido com as experiências passadas e nos credenciar a aprender com as experiências futuras, não importando se é com o mesmo parceiro ou com outro.
Treinar a mente para sermos mais flexíveis diante das situações de conflito, deixando de querer ter razão a qualquer preço, porque o outro também acredita que tem razão, e no fundo ninguém tem razão porque tudo é interpretado.
Para salvar seu casamento, você precisa ter pelo outro a compaixão e compreensão que gostaríamos que eles tivessem por nós, nem mais nem menos.
Agradecer a providência divina por viver a excitante experiência humana, com seus altos e baixos, porém escolhendo viver de forma alegre e autêntica, em muitos momentos rindo de sí mesmo e das nossas trapalhadas, tornando a vida mais leve e menos séria.
Respeitar aqueles que seguram a moldura dos espelhos sem os quais jamais poderíamos saber o que se esconde nos porões do nosso inconsciente e que estão ali representados pela imagem refletida.
E principalmente saber que se for possível salvar seu casamento e seguir juntos aprendendo um do outro, que assim seja porém, se isto já não for mais possível, que a separação seja feita com dignidade, fraternidade, compreensão, compaixão e respeito, sem ressentimentos nem rancores, com coerência, bom senso e transparência, para que o campo quântico se organize em outro sentido, desta vez mais positivo para todos.
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